Mais de 100 municípios baianos estão em situação de emergência por causa de estiagem

Última temporada de chuvas, que aconteceu entre outubro de 2020 e março deste ano, foi abaixo do esperado na bacia do rio Paraguaçu.

Foto: Divulgação

Cerca de 107 municípios baianos estão em situação de emergência por causa da seca prolongada ou da estiagem, que é a quantidade de chuva insuficiente.

A última temporada de chuvas, que aconteceu entre outubro de 2020 e março deste ano, foi abaixo do esperado na bacia do rio Paraguaçu, que nasce na Chapada Diamantina e deságua na Baía de Todos-os-Santos. Em alguns trechos dos 600 quilômetros percorridos pelo rio, a vazão caiu 95%.

Por causa da crise hídrica, o Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos da Bahia (Inema) determinou uma redução de 50% na captação de água para irrigação, a fim de evitar a falta de água nas cidades abastecidas pelo rio Paraguaçu.

No entanto, os produtores de frutas, legumes e vinho dos municípios de Ibicoara e Mucugê, na Chapada Diamantina, afirmam que a medida pode gerar queda na produção e gerar desemprego.

"O impacto financeiro para as empresas será imenso. E o impacto social? Serão, pelo menos, 2,5 mil desempregos", afirmou o produtor rural José Drummond.

Em alguns afluentes do rio Paraguaçu como, por exemplo, o rio Jacuípe, os impactos da seca são ainda piores. A barragem de São José, que fica entre os municípios de Mairi e Jacobina, está com 0,23% da capacidade. A represa foi construída há mais de 30 anos para fornecer água para o consumo humano e animal, além da irrigação, pecuária e criação de peixes.

"Chega me dói. As crianças querem vir com a gente aqui para o rio, mas chega não tem água, fala 'ô, meu pai, cadê a água?' eu digo: 'Deus vai mandar chuva'", disse o pescador Nelson Silva Mota.

Já a barragem de Pedra do Cavalo, localizada entre os municípios de Cachoeira e Governador Mangabeira, está com 27,73% de capacidade. Este é o menor nível dos últimos quatro anos para um mesmo período. Pedra do Cavalo é responsável por abastecer Salvador, Região Metropolitana e Feira de Santana. Apesar da situação, o Inema descartou o risco de desabastecimento.

"Nós estamos entrando agora na janela de cheia. A gente acredita que ela vai começar a retomar o enchimento dela [barragem] ou retornar o nível dela já a partir de agora do final do mês de outubro", explicou Eduardo Topázio, diretor de recursos hídricos do Inema.

Informações G1

Compartilhe

Deixe seu comentário