CPI da Covid: relator diz que número de pessoas investigadas pode chegar a dez

Renan Calheiros deu informação após reunião com Aziz e Randolfe e confirmou quatro nomes: Pazuello, Araújo, Wajngarten e Mayra Pinheiro. Segundo ele, CPI poderá aprofundar apuração.

Foto: Divulga��o

O relator da CPI da Covid, Renan Calheiros (MDB-AL), afirmou nesta segunda-feira (14) que pode chegar a dez o número de pessoas que deixarão de ser consideradas testemunhas para se tornar investigadas pela comissão.

Renan deu a declaração após ter se reunido com o presidente da CPI, Omar Aziz (PSD-AM), e o vice-presidente, Randolfe Rodrigues (Rede-AP). Outros senadores também participaram do encontro.

Durante a entrevista após a reunião, Renan confirmou quatro nomes:

Eduardo Pazuello, ex-ministro da Saúde;
Ernesto Araújo, ex-ministro das Relações Exteriores;
Fabio Wajngarten, ex-secretário de Comunicação do governo;
Mayra Pinheiro, secretária do Ministério da Saúde.

Nesta segunda, Renan já havia dito que estavam entre os "nomes fortes" para serem investigados os de Pazuello, Ernesto Araújo e Fabio Wajngarten.

Conforme o relator, tornar uma pessoa investigada pela CPI permite aprofundar a apuração, uma vez que facilita, por exemplo, a requisição de documentos e a realização de buscas e apreensões.

Em um primeiro momento da entrevista na noite desta segunda, o relator foi indagado sobre os nomes das pessoas a serem investigadas, mas não disse. Afirmou que, "preferencialmente", serão pessoas já ouvidas pela comissão. Depois, novamente questionado, confirmou os quatro nomes.

De acordo com o relator, a mudança de condição de testemunha para investigado não precisa de votação pelos integrantes da CPI.

"Eu vou comunicar ao presidente da CPI que estamos fazendo essa classificação, a partir desse comunicado. E qualquer procedimento, a posteriori, a pessoa será tratada nessa condição", disse.

Para o relator, transformar uma testemunha em pessoa investigada "permite avançar alguns passos" nos trabalhos da CPI.

"Tratá-los como investigados significa dar o rumo verdadeiro e avançar alguns passos para que a gente possa concretizar o objetivo, que é responsabilizar as pessoas que são responsáveis pelo agravamento do número de mortos [pela Covid]", afirmou.

Questionado se Élcio Franco, número dois do Ministério da Saúde na gestão de Pazuello, pode ser um dos investigados, Renan disse que a CPI ainda analisa essa possibilidade.

Também após o encontro desta segunda, o vice-presidente da CPI, Randolfe Rodrigues (Rede-AP), disse que na próxima quarta-feira (16) a CPI deve votar as quebras dos sigilos telefônico, telemático (dados de mensagens), bancário e fiscal de quatro empresas que produzem medicamentos do chamado "kit Covid", comprovadamente ineficaz contra a doença.

"Uma dessas empresas, antes da pandemia, tinha déficit de R$ 200 milhões e hoje se encontra com superávit de R$ 1 bilhão. Claramente, lucraram com o tratamento precoce enquanto brasileiros estavam morrendo", afirmou Randolfe.

Ele também confirmou que a CPI não acolherá pedido da defesa do empresário Carlos Wizard, suposto integrante do "gabinete paralelo" de assessoramento do presidente Jair Bolsonaro, para que o depoimento fosse feito de forma virtual. E que Wizard deve ser alvo de um pedido de quebra de sigilos fiscal e bancário.

Informações G1

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