Desta vez, o lançamento acontece em meio às comemorações dos 80 anos do cantor. Ao Bom Dia Feira, Paulo César destacou que o interesse pela história do artista surgiu após a percepção da ausência de tais informações no mundo literário.
O pesquisador Paulo Cesar de Araújo, autor da primeira biografia
não autorizada do cantor e compositor Roberto Carlos, encarou mais um desafio
ao escrever a terceira obra sobre o rei. Desta vez, o lançamento acontece em meio
às comemorações dos 80 anos do cantor, completados em 19 de abril, última
segunda feira.
Ao Bom Dia Feira, Paulo destacou que o interesse pela história
do artista surgiu após a percepção da ausência de tais informações no mundo
literário.
'Eu me propus, desde que entrei na universidade no início
dos anos 90, a me dedicar e escrever sobre a música brasileira, tinha essa
vontade, sempre escutei muito no rádio e tive essa formação muito forte, quando
entrei na universidade, constatei que grande parte dos artistas que eu ouvia no
rádio, não estavam representados nos livros, foi aí que percebi essa exclusão e
comecei a escrever', conta.
A primeira obra de Paulo surgiu em 2002, falando sobre a música
brega. Em seguida, no ano de 2006, veio a biografia não autorizada, obra que gerou
grande repercussão.
'Até então não tinha nenhum livro que explicasse o fenômeno Roberto
Carlos, quem é ele, de onde veio, a quem influenciou, por quem foi influenciado,
e o meu objetivo era produzir apenas aquele livro e seguir a minha vida, mas a
história nos surpreende, veio a violência do processo que resultou no segundo
livro, o réu e o rei, e agora completando a trilogia, para encerrar esse caso
de uma vez, porque o livro ficou fora de circulação, eu resolvi reescrever
aquela história a partir das narrativas das próprias canções dele', explica o
escritor.
Após a publicação, o cantor contestou judicialmente a obra
em uma disputa que durou anos e retirou o livro do mercado após apelação.
'Ele não abriu um processo contra mim por calúnia, não houve
alegação de mentiras em nenhum trecho do processo, ele alegou que a história
dele era um patrimônio particular e que ninguém poderia contar a história dele
sem a autorização, essa foi a primeira alegação feita, depois ele alegou sobre
a invasão de privacidade, que eu não deveria falar sobre determinados períodos
da vida dele, além da proibição do livro, ele pediu R$ 500 mil por dia, para cada
dia que o livro continuasse à venda e a minha prisão por tempo superior a dois
anos, mas a decisão do STF foi que não existe essa opção para os artistas que
já possuem a vida exposta', diz o pesquisador.
Como destacou Paulo, o processo judicial também resultou em
história com a publicação do segundo livro que conta detalhes deste período.
Para completar a trilogia, a obra mais recente foi dividida em duas edições,
sendo que cada uma delas conta com análise de 50 canções do rei.
'Ele é um compositor e cantor muito bibliográfico, ele canta
o que vive e o que sente, ele fala da mãe, do pai, dos filhos, dos amores,
cidades, então eu vou contando as histórias das músicas e ao mesmo tempo a história
dele, caminhando pelos discos, vidas, contextos da época, o livro é estruturado
dessa forma, relato a história da canção e o momento que ele vivia na época', relata
o autor.
Questionado sobre qual fato da vida do artista considera
mais relevante, o escritor pontua o início da carreira.
'Entre grandes nomes, ninguém teve tantas portas fechadas no
início, ninguém teve como aconteceu com ele, foram várias portas fechadas, conseguiu
gravar um disco na última gravadora, tentou ser cantor de rádio e não conseguiu,
as pessoas olhavam para ele e ninguém via nada demais, não percebiam um talento
para a música, eles viam um menino interiorano, suburbano, deficiente físico
porque perdeu parte da perna com seis anos, por um triz a carreira dele não
acontecia, ele foi perseverante e contou com a sorte também, em determinado
momento', diz.
Assista a entrevista na íntegra:
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