Chefe de cozinha lança livro sobre gastronomia feirense neste sábado

'A maniçoba, o mocofato e a carne de bode são as estrelas de Feira de Santana', destaca a autora Monia da Hora.

Foto: B�rbara Barreto/Bom Dia Feira

A partir da história de vida de atores da cena gastronômica local, a chefe de cozinha Monia da Hora, lança, neste sábado (17), o livro ‘Memória, Territorialidade e Gastronomia de Feira de Santana’.

A obra é resultado de um trabalho de pesquisa etnográfica e bibliográfica sobre as memórias da gastronomia da cidade que surgiu a partir de indagações e reflexões acerca da diversidade gastronômica presente no município.

'A comida é um instrumento cultural, social e tem o poder de unir as pessoas em quaisquer situações, ela está presente na vida do indivíduo a todo momento. Desde a infância eu tive uma forte ligação com a comida e estudar gastronomia é algo incansável. Eu sou uma pessoa inquieta, agitada e apesar de ter um caminho consolidado na gastronomia, sempre me incomodei com alguns posicionamentos. Ouvir que Feira não tinha gastronomia, soava como uma ofensa a história da cidade, nós temos uma gastronomia viva e atuante', explica a autora em entrevista ao Bom Dia Feira na manhã desta sexta-feira (16).

De acordo com a chefe, por questões territoriais, a culinária feirense é considerada uma culinária sertaneja.

'Vejo uma forte influência africana, indígena e sertaneja. Quando eu falo da cidade, eu falo sempre da mandioca, carne seca, farinha, carne de bode, carne bovina, são as principais bases da nossa culinária. Temos também as frutas e verduras, abóbora, banana da terra que é muito forte', afirma.

No livro, são apresentados uma infinidade de pratos culinários presentes em diversos pontos da cidade.

'A maniçoba, o mocofato e a carne de bode são as estrelas de Feira de Santana. Para produzir o livro, eu conheci vários locais, conheci vários locais com o mesmo prato e tive que fazer uma seleção desses produtos. O mocofato eu levei a da Tomba porque eu tenho uma história com o local, eu moro lá, é uma tradição para mim. A maniçoba é a da Dona Ana porque é uma referência admirável com 60 anos de história, resistência, fazendo o mesmo prato, é um patrimônio cultural da cidade. E o bode é o do Feira VI, que é unânime, é um tipo de comida que ou você ama ou você odeia. Eu queria ter a cidade inteira dentro do livro, mas só foi possível selecionar nove', destaca Monia.

O projeto da chefe de cozinha foi aprovado e financiado pela Lei Aldir Blanc, mas este, ressalta Monia, é apenas o primeiro passa para uma sequência de produtos do mesmo segmento. A autora afirma já ter ideias para outras edições.

'Quero mostrar para as pessoas que comida é cultura e agente de transformação. Esse livre vai servir como referência aos estudantes de gastronomia da cidade, esta é uma obra pioneira e eu vejo como um patrimônio para a cidade. Não é um trabalho concluído, posso dizer que é o primeiro degrau de uma escada imensa, é um pontapé inicial para um trabalho que precisamos fazer', relata.

O lançamento do ebook vai ocorrer de forma online, no canal da editora Segundo Selo, no YouTube, às 18h deste sábado. O download é gratuito. (acesse aqui)

Assista a entrevista na íntegra: 






Compartilhe

Deixe seu comentário