Fiocruz diz que vacina de Oxford contra a Covid-19 só será entregue em março

Órgão espera a chegada de um insumo que vem da China para iniciar a produção da vacina no Brasil. A entrega do composto estava prevista para janeiro, com distribuição da vacina em fevereiro, mas o prazo não será mais cumprido.

Foto: Divulga��o

A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) enviou, nesta terça-feira (19), um ofício ao Ministério Público Federal (MPF) informando que a entrega da vacina de Oxford contra a Covid-19 vai atrasar de fevereiro para março. Veja abaixo a íntegra da nota sobre o atraso.

Segundo o órgão, o motivo para o atraso na produção da vacina no Brasil é por não ter recebido um dos insumos para a fabricação da vacina Oxford/AstraZeneca.

O composto que falta para o início da produção é o ingrediente farmacêutico ativo (IFA), de responsabilidade da AstraZeneca.

O insumo vem da China e ainda não tem data para chegar, segundo nota divulgada pela Fiocruz. Ainda segunda a Fundação, o recebimento do ingrediente estava previsto para janeiro. O detalhamento da produção será informado quando a data da chegada do produto for confirmada.

A expectativa é entregar 100 milhões de doses até julho e mais 110 milhões até o fim do ano.

O diretor do Instituto Butantan, Dimas Covas, cobrou que o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) tenha dignidade para defender a vacina CoronaVac.

A CoronaVac foi desenvolvida pelo instituto, que é ligado ao governo de São Paulo, em parceria com o laboratório chinês Sinovac. As doses da vacina começaram a ser aplicadas neste domingo (17), logo após a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovar seu uso emergencial.

Ele também cobrou agilidade do Itamaraty para viabilizar a vinda de matéria-prima da China para dar continuidade à produção do imunizante contra a Covid-19 — o único sendo aplicado até o momento na população do país.

A declaração foi dada na manhã desta terça (19) em um evento no interior de São Paulo.

Nota da Fiocruz sobre Oxford:

"Embora ainda dentro do prazo contratual em janeiro, a não confirmação até a presente data de envio do Ingrediente Farmacêutico Ativo (IFA) poderá ter impacto sobre o cronograma de produção inicialmente previsto de liberação dos primeiros lotes entre 8 e 12 de fevereiro. O cronograma de produção será detalhado assim que a data de chegada do insumo estiver confirmada. Ainda que sejam necessários ajustes no início do cronograma de produção inicialmente pactuado, a Fiocruz segue com o compromisso de entregar 50 milhões de doses até abril deste ano, 100,4 milhões até julho e mais 110 milhões ao longo do segundo semestre, totalizando 210,4 milhões de vacinas em 2021".

Com a matéria-prima em mãos, é iniciado, então, o processamento propriamente dito da vacina. O primeiro passo é realizar a formulação, quando são adicionados ao concentrado vacinal os componentes que vão estabilizar a vacina e diluir a concentração do vírus;
Em seguida, no envase, o imunizante é transportado dos grandes tanques de aço inox para pequenos frascos de vidro, os mesmos que posteriormente seguirão para os postos de saúde;

Já com o imunizante, esses frascos são fechados com uma rolha de borracha e seguem para a recravação, onde recebem um lacre de alumínio;

A última etapa consiste na rotulagem e embalagem, em que os frascos recebem os rótulos com a identificação da vacina, número de lote, data de fabricação e validade, além de outras informações importantes. Elas são acomodados em caixas chamadas de cartuchos que garantem a proteção das embalagens durante a distribuição. Nesse momento algumas amostras são separadas e seguem para um rígido controle de qualidade, onde serão submetidas a testes de potência, estabilidade e esterilidade.

Para começar a distribuição da vacina no país será necessário o registro sanitário definitivo para uso dela no Brasil.

De acordo com a Fiocruz, a previsão é que a reunião com a Anvisa seja agendada durante esta semana.



Informações G1

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