Voluntária que teve reação após vacina da AstraZeneca contra a Covid-19 não tomou placebo

A decisão de suspender os testes foi tomada na terça-feira (8). Cerca de 5 mil voluntários brasileiros já foram vacinados e que "não houve registro de intercorrências graves de saúde".

Foto: Divulga��o

A voluntária que apresentou reações durante os testes com a vacina contra a Covid-19 é uma mulher britânica que não faz parte do grupo placebo e recebeu, de fato, uma dose do imunizante, disse na quarta-feira (9) o presidente da farmacêutica AstraZeneca, Pascal Soriot.

A informação foi divulgada pelo site "STAT", que é especializado em saúde e ligado ao jornal americano "Boston Globe". Na terça-feira (8), o site STAT foi o primeiro a divulgar a suspensão dos testes, notícia que depois foi confirmada pelos desenvolvedores da vacina e por autoridades.

Os estudos da vacina de Oxford-AstraZeneca precisaram ser pausados depois que a voluntária apresentou sintomas que podem estar vinculados a uma inflamação rara da medula, conhecida como mielite transversa.

De acordo com o STAT, na mesma reunião com investidores, Soriot afirmou que, apesar dos sintomas, o diagnóstico de mielite transversa na paciente ainda não foi confirmado. Após a publicação da reportagem, a agência de notícias Reuters divulgou posicionamento da AstraZeneca que reafirma que o diagnóstico do quadro da voluntária ainda está pendente e que, portanto, é incorreto relacionar a suspensão dos testes da vacina a um caso de mielite.

Nesta quinta-feira (10), Pascal Soriot voltou a abordar o tema em um evento online. Ele afirmou que a empresa deverá saber antes do fim do ano se o composto experimental protege de fato as pessoas da doença. Ele colocou como condição, no entanto, que os testes sejam retomadas em um futuro próximo.

O presidente da empresa ressaltou que a AstraZeneca ainda não sabe o diagnóstico e disse que a análise foi submetida a um comitê independente, e que é a avaliação desse grupo que vai determinar quando os ensaios poderão ser retomados.

A decisão de suspender os testes foi tomada na terça-feira (8) em conjunto pela Universidade de Oxford e pela farmacêutica AstraZeneca, parceiras no desenvolvimento da candidata à vacina.

A suspensão vale também para o Brasil, de acordo com a Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), uma das responsáveis pelo estudo no país. A Unifesp informou que 5 mil voluntários brasileiros já foram vacinados e que "não houve registro de intercorrências graves de saúde".

A vacina de Oxford/AstraZeneca é a principal aposta do Ministério da Saúde para imunizar a população. Ao todo, o Brasil prevê desembolsar R$ 1,9 bilhão com a vacina.


Informações G1

Compartilhe

Deixe seu comentário