AINDA BEM QUE TEMOS IMPRENSA LIVRE

Foto: Divulga��o

Analisando friamente a atuação do governo federal no combate a pandemia, vemos que o trabalho do ministério da saúde tem sido eficaz e eficiente tendo o seu ministro Mandetta se utilizando de argumentos científicos para corroborar a sua ação. É o mínimo que se espera de uma autoridade da saúde e ainda sendo médico de formação.

 

Em contrapartida o presidente da república, com a vastidão desértica que ocupa sua mente, mas cheios de certezas e convicções tem vituperado de forma constante e contínua contra a imprensa. Na cabeça do presidente a imprensa somente atrapalha as ações do governo federal, que segundo ele faz campanha sistemática contra sua pessoa e seus familiares. É sabido por todos que a imprensa brasileira nunca passou a mão na cabeça dos ocupantes do Planalto. Sempre foram duros com Fernando Henrique e Lula. Se duvidarem olhem na internet os jornais da época e verão que estou com razão.

 

No caso do presidente Bolsonaro a implicação da imprensa se dá por motivos outros. A postura de confronto vinda do presidente independe da postura dos jornais que de modo geral tem sido a tônica na relação governo x imprensa. O atual ocupante da cadeira do Planalto entende que o bom jornalismo é aquele que bajula e enaltece as ações governamentais. Infelizmente isto ele encontra a soldo ao seu redor. Porta voz de suas atuações cegadas pelo compromisso com a ideologia depõe sempre contra os fatos.

 

Por sua vez com a crise da pandemia não se vê uma só ação ou informativo governamental dando orientação e explicações sobre a situação que vivemos em nenhum meio de comunicação. O que se vê atualmente é um trabalho sistemático de desqualificação dos órgãos de imprensa. Desde sua posse o presidente da república vem tentando minar a atuação dos meios de comunicação. E exemplos não faltam. Editou medida provisória dispensando a publicação de editais e balanços das empresas nos jornais impressos, que logo caducou, depois pediu numa reunião com empresários na FIESP que não mais fizesse peças publicitárias nos jornais Estadão e Folha, numa live em uma viagem ao Oriente desancou uma reportagem divulgada no Jornal Nacional, ofendeu duas jornalistas com piadas de extremo mau gosto e misóginas e tudo isto num intervalo de um ano.

 

Se ainda não bastasse os vitupérios diários saídos do Planalto, a imprensa enfrenta os despautérios dos filhos do presidente. Usando as redes sociais os ataques são uma constante. Qualquer coisa dita, baseado em fatos, por menor que seja se for para criticar a postura do presidente ou suas ações, de logo vem vitupérios dos mais variados graus. Como eles escrevem muito mal e as ideias em geral são muito confusas, ninguém tem dado muita bola para o que escrevem.

 

O acirramento da presidência com a imprensa tomou um vulto mais agudo com a recente crise do covid 19. O fato mais recente foi aquelas paradas na porta da Alvorada todas as manhãs para atender sua claque quando passou a ofender o trabalho dos jornalista com a ironia inclusive incitando seu cordão de puxa saco a depor contra os profissionais da imprensa que estavam ali trabalhando. Estes por sua vez fizeram o certo, foram embora. Situação deplorável para qualquer um imagine vindo de um presidente da república.

 

Confrontado com suas atitudes de minimizar a contaminação do vírus do covid 19, fazendo ilações sem proposito e sem embasamento científico, passou a culpar os órgãos de imprensa por prestarem o desserviço de contradizê-lo. Esquece o distinto presidente que se não fosse o trabalho profissional da imprensa de informar com precisão os fatos decorrentes da pandemia, com certeza o quadro seria muito pior. Mas quem flerta com o autoritarismo, jamais vai compreender o trabalho de uma imprensa livre e profissional.

 

As criticas as posturas do presidente da república já se tronaram matéria da imprensa internacional. Ontem, o jornal The Guardian, um dos mais importantes do mundo e lido pelos empresários do mundo todo, foi duro nas suas críticas. Vejamos o que disse o jornal em seu editorial: Sua resposta ao coronavírus atingiu novas profundezas. Muitos governos terão que responder por seus erros e complacência quando a pandemia terminar. O desempenho de Bolsonaro está em uma categoria única". E arremata : “Um homem normalmente não pode causar tanto dano. Infelizmente, este homem é o presidente". Será que o presidente vai pedir ao empresariado internacional que não façam publicidade em suas páginas?

 

O velho e bom Ruy Barbosa dizia que a imprensa é o quarto poder em uma democracia. Compete a ela relatar os fatos, fazer analise e critica. Sem isto não existe democracia. E não podemos esquecer que os jornalistas estão nos dias de hoje arriscando suas vidas para informa sobre a pandemia a fim de suprir uma lacuna que o governo federal não está fazendo, mas que prefere ficar atirando a busca de inimigos. A história fara um julgamento implacável por estas posturas.

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