Um terço da população mundial está em isolamento para conter o coronavírus

Para diminuir a velocidade de transmissão da pandemia de Covid-19 e ganhar tempo para equipar os sistemas de saúde, a OMS tem recomendado que os países apliquem restrições de circulação de pessoas em seus territórios.

Foto: Giaccomo Voccio

Pelo menos 2,8 bilhões de pessoas, o que representa mais de 1/3 da população mundial, vive atualmente sob algum tipo de restrição de circulação para conter o rápido avanço da Covid-19, doença provocada pelo novo coronavírus (Sars-Cov-2), aponta um balanço da agência France Presse (AFP).

Em um momento em que pandemia se acelera em uma taxa exponencial - os últimos 100 mil novos casos no mundo foram registrados em apenas dois dias, a Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda que os países tomem medidas duras que favoreçam o isolamento físico das pessoas, apesar do custo social e econômico significativo. "Sem ação agressiva em todos os países, milhões poderão morrer”, declarou o diretor-geral da organização, Tedros Ghebreyesus, em 25 de março.

As regras de isolamento social, que variam de país para país, tem por objetivo diminuir o tempo de transmissão do vírus de pessoa a pessoa, dando aos governos tempo para equipar e fortalecer seus sistemas de saúde com equipamentos, expansão de leitos, construção de hospitais e contratação de profissionais de saúde.

Em geral, o modelo de restrição depende do grau de disseminação da doença, do contexto político e do alinhamento com as recomendações da OMS. Costumam começar com limitações de aglomerações, suspensão de aulas, avançam com restrições na circulação e, nos casos mais extremos, preveem até toque de recolher e multa a quem sair de casa.

No Brasil, as medidas de quarentena têm sido adotada pelos governos estaduais e municipais, que estão preocupados com a sobrecarga nos sistemas de saúde. Mesmo antes da crise do coronavírus, o Brasil já sofria com falta de leitos em UTI em muitas cidades.

No dia 16 de março, o governo do Rio implementou quarentena no estado todo, com fechamento de escolas, shows, cinemas e cancelamento de eventos públicos e culturais; restrição de aglomerações em bares e restaurantes. Naquela semana, outros estados anunciaram o fechamento de escolas e recomendaram que a população evitasse aglomerações.

Em 24 de março, foi a vez do estado de São Paulo entrar em quarentena, com o fechamento de serviços não essenciais, como nas áreas de saúde e segurança.

Em pronunciamento na TV no dia 24, o presidente Jair Bolsonaro disse que “devemos sim voltar à normalidade. Algumas poucas autoridades estaduais e municipais devem abandonar o conceito de terra arrasada, a proibição de transportes, o fechamento de comércios e o confinamento em massa. O que se passa no mundo tem mostrado que o grupo de risco é o das pessoas acima dos 60 anos. Por que fechar escolas?”



Informações G1

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