PF cumpre mandados em operação contra esquema de venda de decisões por juízes

Segundo PF, Salvador e Mata de São João, na região metropolitana, são as cidades com mandados no estado. Esta é a 5ª fase da operação, que começou em 2019.

Foto: Alan Oliveira/G1

A Polícia Federal cumpre na manhã desta terça-feira (24) mandados de prisão temporária e de busca e apressão em cidades baianas e também em Mato Grosso. A ação faz parte da quinta fase da Operação Faroeste, que visa a desarticulação de esquema criminoso voltado à venda de decisões judiciais, por juízes e desembargadores do Tribunal de Justiça do Estado da Bahia (TJ-BA).

Ao todo são 11 mandados expedidos pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ). Três deles são de prisão temporária e outros oitos de busca e apreensão. Na Bahia, a nova fase da operação ocorre na capital baiana e também em Mata de São João, que fica na região metropolitana de Salvador.

A PF não detalhou a quantidade de mandados por estados. Mas explicou que uma das prisões é de uma Desembargadora do TJ-BA e de dois advogados, sendo um deles filho e operador financeiro dela.

Ao longo das fases anteriores da operação, foram presos:

Maria do Socorro Barreto Santiago (desembargadora)
Sérgio Humberto Sampaio (juiz de primeira instância)
Adailton Maturino dos Santos (advogado que se apresenta como cônsul da Guiné-Bissau no Brasil)
Antônio Roque do Nascimento Neves (advogado)
Geciane Souza Maturino dos Santos (advogada e esposa de Adailton Maturino dos Santos)
Márcio Duarte Miranda (advogado e genro da desembargadora Maria do Socorro Barreto Santiago)

Além disso, foram afastados dos serviços no TJ-BA Maria do Socorro Barreto Santiago (desembargadora), Sérgio Humberto Sampaio (juiz de primeira instância), Gesivaldo Britto (desembargador presidente do TJ-BA), José Olegário Monção(desembargador do TJ-BA) Maria da Graça Osório (desembargadora e 2ª vice-presidente do TJ-BA) e Marivalda Moutinho (juíza de primeira instância).

A Polícia Federal informou que o grupo é suspeito de corrupção ativa e passiva, lavagem de ativos, evasão de divisas, organização criminosa e tráfico influência.

A primeira fase da Operação Faroeste ocorreu em 19 de novembro, com a prisão de quatro advogados, o cumprimento de 40 mandados de busca e apreensão e o afastamento dos seis magistrados.

No dia 20 de novembro, a Corregedoria Nacional de Justiça (CNJ) instaurou procedimento contra os magistrados do TJ-BA.
Três dias depois, a Polícia Federal prendeu o juiz Sérgio Humberto de Quadros Sampaio, da 5ª vara de Substituições da Comarca de Salvador, em um desdobramento da Operação Faroeste.

Em 29 de novembro, a desembargadora Maria do Socorro Barreto Santiago, ex-presidente do Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA), foi presa. Segundo a Procuradoria Geral da República (PGR), Maria do Socorro estaria destruindo provas e descumprindo a ordem de não manter contato com funcionários. Indícios sobre isso foram reunidos pela PF e pelo Ministério Público Federal (MPF).

Na última fase, que ocorreu em dezembro e foi batizada de Estrelas de Nêutrons, quatro mandados de busca e apreensão foram expedidos pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ), com o objetivo de obter provas complementares da possível lavagem de ativos. Os alvos foram um joalheiro e e um advogado.


Informações G1

Compartilhe

Deixe seu comentário