Confrontos na Bolívia deixam 23 mortos em quase um mês de protestos, diz comissão

Entidade também denunciou como "grave" um decreto do governo interino de Jeanine Áñez que isenta de responsabilidades criminais a participação das Forças Armadas nas manifestações pelo país.

Foto: Reuters/Danilo Balderrama

A Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) afirmou que já são "pelo menos" 23 mortos e 715 pessoas feridas desde o início das manifestações na Bolívia, que já ocorrem há quase um mês no país, de acordo com o último levantamento da entidade, que foi divulgado em uma rede social neste sábado (16).

A CIDH subiu de cinco para nove o número de mortos após confronto entre apoiadores do ex-presidente Evo Morales e as forças policiais na sexta-feira (15), em Cochabamba.

A comissão também denunciou como "grave" um decreto do governo interino de Jeanine Áñez que autoriza a participação das Forças Armadas na conservação da ordem pública e isenta-as de responsabilidades criminais.

"O grave decreto da Bolívia ignora os padrões internacionais de direitos humanos e, por seu estilo, estimula a repressão violenta", disse a CIDH em uma série de tweets.

De acordo com a agência de notícias AFP, o Decreto 4078, aprovado na quinta-feira (14), o governo provisório autoriza a participação militar na restauração da ordem pública e isenta as forças militares da responsabilidade criminal.

A nação andina entrou em crise após a eleição presidencial de 20 de outubro. Na semana passada, Evo Morales anunciou novas eleições no país depois que a Organização dos Estados Americanos (OEA) revelou ter encontrado diversas irregularidades no pleito realizado no mês passado onde ele havia sido reeleito para um quarto mandato.

No entanto, pouco depois, por sugestões da polícia e das Forças Armadas, Morales renunciou à presidência depois de quase 14 anos no poder.

O ex-presidente boliviano agora está no México após aceitar o asilo oferecido pelo governo do país.


Informações G1

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