O Bispo Dom José Ruy Gonçalves Lopes, atual Bispo em Jequié, e por
muitos anos integrante aos Frades Capuchinhos, deu entrevista ao Bom Dia Feira
desta quinta-feira (16). Ele falou sobre o processo de reconhecimento canônico
dos restos mortais de Irmã de Dulce, o qual ele foi escolhido para acompanhar
esse processo realizado em maio de 2010.
Há algumas diferenças no processo de exumação de um corpo de
uma pessoa comum e o de uma pessoa que morreu em forma de santidade. Segundo
Dom Ruy, ele precisou ser nomeado pelo arcebispo e “fazer um juramento de
fidelidade a ele, prometendo zelar e observar todas as normas canônicas da
igreja e depois disso eu recebi também a mesma promessa de fidelidade, do
pedreiro, do médico legista que faria a exumação do corpo e também da secretária
que faria as atas daquele momento. Fizemos um momento de oração com adoração ao
Santíssimo Sacramento, depois houve a incensação do túmulo onde ela estava
sepultada desde o final dos anos 90, quando seu corpo foi retirado da Basílica
Conceição da Praia”, disse Dom Ruy.
Ainda segundo ele logo em seguida a esse rito de oração, o
pedreiro, foi autorizado demolir as paredes do túmulo, para depois fazer a
retirada do caixão e começar a autópsia
De acordo com Dom Ruy, após a exumação, foi percebido que o
corpo de Irmã Dulce estava preservado. “O corpo estava em estado de
mumificação. Então levamos o corpo para uma sala com vigilância de câmeras,
aonde o médico legista no dia seguinte daria prosseguimento a exumação e
autópsia do corpo”, ressaltou o Bispo.
O estado de mumificação aconteceu devido ao formol utilizado
na época e é considerado pelo Dom como algo extraordinário. Outro fato que para
ele chamou atenção, é de que o hábito dela ainda se encontrava intacto. “O
hábito dela estava intacto, o tecido das suas vestes religiosas estavam
intactos, inclusive uma medalha que Irmã Dulce usava da Imaculada Conceição de
Deus, não havia sequer uma corrosão de ferrugem. Então esse fato aí, além da
mumificação do corpo chamou muita atenção dos presentes”, destacou.
A exumação do corpo de Irmã Dulce foi a última etapa antes
da proclamação da freira baiana como beata pelo Papa Bento XVI.
Vale lembrar que ela será a primeira mulher nascida no
Brasil a ser canonizada e será chamada de Santa Dulce dos Pobres. Mas de acordo
com Maria Rita, até o Para Francisco a decretar como Santa, ela continuará
sendo chamada de “Bem-Aventurada Dulce dos Pobres”. “Eu acredito que tão logo,
ainda esse ano, ano dos 60 anos de fundação das suas obras a gente poderá
chamar Santa Dulce dos pobres”, afirmou ela.
Segundo a superintendente da OSID, a celebração da
canonização já está sendo preparada. “Nós já começamos com os preparativos para
a festa para celebrar esse grande dia. Vamos preparar essa festa que acontece
primeiramente em Roma, no Vaticano, muito possível que seja em outubro, em
seguida, uma semana depois será realizada aqui em Salvador uma outra celebração
para que todos os baianos e brasileiros possam estar conosco”, ressaltou Maria.
Deixe seu comentário