Médico fala sobre a necessidade de cuidado com as doenças silenciosas que põem em risco a visão

A prevenção acontece com hábitos saudáveis e educação alimentar desde a infância

La�s Sousa

As doenças silenciosas devem ser prevenidas com hábitos saudáveis e educação alimentar desde a infância, até porque, na ausência de uma acompanhamento periódico, o quadro pode ser identificado quando em nível avançado com condições irreversíveis de tratamento. Para falar das doenças que afetam os olhos, o oftalmologista da Cliof, Daniel Braga, esteve no Bom Dia Feira explicando como a retinopatia diabética, o glaucoma e até mesmo catarata afetam tantas pessoas mas continuam pouco compreendidas.

DOENÇAS

O diabete acomete grande número de pessoas, com o envelhecimento da população, tem se tornado cada vez mais frequente. Desta maneira, tem se tornado cada vez mais importante o combate à doença que chega sorrateiramente e quando menos se espera já pode comprometer a visão, geralmente associada com doenças vasculares tipo hipertensão arterial, desenvolve também outras comodidades nos olhos, como a catarata, glaucoma. “Diabete é um importante fator de risco para outras doenças além de causar a retinopatia diabética, que é a maior causa de cegueira irreversível no mundo ocidental. Já a catarata, é uma causa de cegueira reversível, cuja cirurgia é a mais realizada no mundo todo”, conta o doutor Daniel.

Segundo o especialista em tratar dos olhos, o paciente diabético está mais propício a desenvolver catarata, especialmente quando a glicemia não está controlada, quando os índices glicêmicos estão elevados ou oscilando. Por sua vez, a retinopatia diabética, assim como a diabete, tem um desenvolvimento lento que afeta a estrutura dos micro vasos, as veias, os capilares mais finos e sensíveis. “Os níveis de glicemia - níveis altos de açúcar no sangue, alteram a camada que reveste os vasos internamente, com este endotélio prejudicado, começa a extravasar o líquido para o tecido adjacente, consequentemente surgindo inflamações, obstruções, favorecendo processos isquêmicos – o oxigênio que era para chegar em determinado local é impedido”, explica.

O tratamento deve ser feito nas fases iniciais. As formas de tratamento dependem do estágio da doença: os estágios iniciais e moderados podem ser tratados e muitas vezes recuperar a visão, já os avançados podem ser freados para que a doença não acelere mais e diminua a velocidade de progressão da doença, mas a cegueira é irreversível. O principal sintoma do glaucoma é a pressão ocular, no entanto, existe também o glaucoma de pressão normal, por isso a importância de estar sempre acompanhado por um especialista na consulta de rotina. Em caso de suspeita, uma investigação mais profunda.

PREVENÇÃO

O médico acusa como ideal que se procure o oftalmologista ao menos uma vez por ano, no entanto, quem tem diabete ou já instalada a retinopatia diabética, deve ter acompanhamento semestral ou trimestral a depender do estágio. A procura por especialistas como endocrinologista para cuidar da glicemia, o nefrologista para acompanhar a parte renal e, quando necessário, um cardiologista. “Tratamentos vêm surgindo com novidades, algumas medicações como injeções que se aplica no olho, mas cada tratamento tem o seu propósito a depender do estágio da doença. A gente não pode acreditar apenas no avanço da medicina e fazer a prevenção secundária, o ideal é evitar que aconteça”, orienta Braga.

A consulta oftalmológica avalia uma série de fatores nos olhos e na visão. Esteticamente ela detecta desvio no olhar, especialmente em crianças, movimentação ocular, reflexos do olho e da pupila, as pálpebras. Adentrando ao olho se percebe a medida da visão, a pressão ocular, o fundo do olho – da papila, do nervo ótico e da retina, além de ser fonte principal de detecção de doenças como catarata e glaucoma relaciona o médico.


Compartilhe

Deixe seu comentário