O QUE QUEREMOS PARA O FUTURO?

Foto: Divulgação

Que vivemos tempos sombrios no Brasil, é tábula rasa e não se discute. Mas devemos nos concentrar naquilo que queremos para o futuro. O presente já se mostra bastante conturbado e com a forte sensação de que retrocedemos uns 200 anos no processo civilizatório. E a cada semana testemunhamos fatos que nos levam a crer que não aprendemos nada com o passado e com outros países.

 

Digo isto em razão das escolhas políticas que foram feitas no último processo eleitoral sem muita reflexão e que desaguaram no desastre que ocupa o Palácio da Alvorada nos dias de hoje. Era do conhecimento de todos que o atual presidente da república é despreparado, sem nenhum lustro, preconceituoso, incapaz de realizar um raciocínio linear e lógico pois não sabe nada de tudo, além de se comportar de forma sempre autoritária quando confrontado com os erros que insiste praticar, mas que ocorrem em razão destas qualificações ditas anteriormente. Não só o presidente da república representa o que há de mais atrasado em todos os sentidos, por extensão os seus auxiliares também não ficam longe. Nunca vi um grupo tão ruim quanto o que cerca o chefe do executivo federal. É uma plêiade de incompetentes que por terem ao menos lido dois livros na vida se esperava uma atuação melhor, mas o que vemos é um desastre colossal.

 

Quando analisamos o cenário brasileiro atual, devemos pensar se queremos para os próximos anos a continuidade do obscurantismo que grassa em nosso país. O que vivenciamos é o estado da arte da desconstrução de valores sociais e políticos duramente construídos no passado. Não creio que uma pessoa minimamente civilizada acredite que o não uso de uma máscara é dispensável na pandemia que vivemos. Em nenhum lugar do mundo se vê um chefe de estado se opor a regras básicas de combate a covid 19. Desconheço um país que tenha alguém que defenda a cloroquina como tratamento a pandemia. Às vezes parece que vivemos num universo paralelo no qual somos os únicos a conhecer todos os saberes da ciência e que o restante do mundo está errado. É a tentativa do triunfo da ignorância sobre a razão, o conhecimento e o bom senso. O triste é quem defenda aqueles valores que cotidianamente são valorizados pelo presidente da república.

 

Os exemplos de obscurantistas advindos da presidência da república são diários. O terraplanismo político se torna a mola propulsora da defesa de seus valores. Antevendo uma possível derrota nas eleições presidenciais, se torna imperioso buscar um fato que possa tentar subverter a vontade. E o discurso é pôr em dúvida o processo eleitoral. O distinto tenta de todas as maneiras trazer de volta o voto em cédula. Ao propor isto, tenta trazer uma prática que ficou no passado. E o pior. Tem gente que defende este atraso. Mas nem tudo parece perdido. Numa reunião no último sábado com o ministro Alexandre de Moraes, com 11 presidentes dos maiores partidos políticos, foram unânimes, são contra a mudança da forma como as eleições são realizadas no Brasil. Eles representam 2/3 dos parlamentares da Câmara dos Deputados. Hoje no Senado a proposta não passa.

 

Outro sinal que se a situação obscurantista continuar, está na insistência em ir na contramão da ciência em tentar convencer de que o uso de máscara não protege contra o vírus e que ainda causa doenças respiratórias. Como só idiota acredita nesta informação, o mandatário do Brasil toda vez que aparece em público defende o não uso da máscara e ainda debocha quem usa. Outro mote também usado a roldão é desacreditar as vacinas utilizadas no Brasil. Como ele foi extremamente incompetente na busca e compra de imunizantes, a todo momento depõe contra, por exemplo, a coronavac.

 

Como se não bastasse estes comportamentos, no mínimo destrambelhados, do presidente da república, ainda somos brindados com seus auxiliares tão ou mais atrasados e obscurantistas. Tomemos o exemplo do presidente da Fundação Palmares que resolveu pôr fim ao acervo bibliográfico da instituição sob o argumento de que são obras comunistas e que tais. Veja amigos sobre o estado de indigência intelectual que vive hoje o Brasil.

 

Quando nos deparamos com estas situações aqui descritas, é necessário saber se é isto que desejamos para o Brasil. A continuidade de um governo que é reconhecidamente o pior desde o período colonial brasileiro e que não temos nem um parâmetro histórico para comparar, deveria levar a população a saber, se realmente quer que tudo isto que representa o pior dos mundos, continue a governar o nosso país. O discurso que ouve diariamente, vindo da presidência da república, é sempre o do confronto, do desrespeito, da linguagem chula e desconstrução de reputações, se valendo sempre do aplauso de um bando de desmiolados que sempre naturaliza a verborragia e o comportamento de sempre desqualificar seus oponentes com a desfaçatez dos autoritários .

 

Talvez o fim do desastre instalado em Brasília esteja mais próximo. A CPI da Pandemia na sessão da última sexta-feira trouxe indícios de crime de prevaricação do presidente da república. Ele soube da irregularidade na compra de vacinas e não tomou nenhuma medida. Os patetas de sempre já se adiantaram com o argumento de que se não houve pagamento na compra de vacinas a irregularidade não ocorreu. No entanto, esta gente que o aplaude é burra,  e esquece que o Código Penal pune a intenção na tentativa de corrupção seja ela passiva ou ativa. É essa gente que tem de ser defenestrada do governo, a bem da civilidade.

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