QUEM REALMENTE É MARICAS?

Foto: Divulgação

O Brasil ao que parece já se acostumou a termos líderes que ora por outra diz besteiras sem se preocupar com a extensão de que suas palavras têm no país. Ao que parece, existe um grupo grande de pessoas incapaz de se indignar com sandice ditas sem nenhum comedimento. Mas o atual ocupante do Planalto tem extrapolado todos os limites da decência e da boa governança. E explico por que.

 

Em um evento ontem para promover e incentivar o turismo no Brasil o presidente da república se utilizou da expressão “maricas” para afirmar que devemos deixar de ficar falando de pandemia e que mais cedo ou mais tarde todos morreremos. A princípio não acreditei. Somente ao ouvir o áudio me dei conta de que era verdade. Afirmo que não se deve buscar serenidade, equilíbrio e razoabilidade no governo Bolsonaro porque isto não existe e nunca existirá. Exemplos de desastres no discurso e nas ações vão de A a Z. O presidente ultrapassou fronteiras. Passou a desdenhar das mais de 160 mil mortes da covid, como se estas vítimas escolheram morrer por um vírus. As palavras ditas se configuram aquilo que não se espera de um chefe de estado. A forma irresponsável de como minimiza os óbitos de uma pandemia que não vai cessar facilmente e sem demonstrar um sinal de empatia, confirma o que os bocós não enxergam: despreparo total para o cargo que ocupa.

 

Ainda no dia de ontem, em nota publicada em uma de suas contas nas redes sociais, afirmou o presidente da república que o governador Dórea do estado de São Paulo perdeu para ele em razão da suspensão ordenada pela ANVISA de testes da vacina Coronavac de combate ao covid 19, realizada pelo Instituto Butantã. Quando se lê uma nota desta qualidade, vai se dizer o que de quem está no posto mais alto da república? Pior do que estas palavras, é o silencio ensurdecedor e a complacência das autoridades políticas, sem se insurgir e se indignar. As razões, sinceramente não sei.

 

Diz o presidente da república que as mortes foram superdimensionadas e que estas não representam 20% do total das mortes no país. Esta afirmação sem apontar qual a fonte, é a demonstração cabal de falar o que não sabe e ainda desdenhar do luto das 160 mil famílias que tiveram seus entes destruídos pelo vírus. Colocações como estas, além de sedimentar de vez a visão negacionista de uma doença de atuação mundial, reafirma por outro lado, uma política pública de desdenhosa de combate a pandemia, para não dizer frouxa e irresponsável.

 

Não satisfeito com as asneiras ditas, ainda resolveu acenar com um possível conflito bélico com a maior potência militar de todos os tempos. Falo da sandice dita que “quando acaba a saliva, tem que ter a polvora”, referindo-se a ideia amalucada de que os americanos irão invadir a Amazônia ou pior ainda, enfrentar os EUA simplesmente por que o presidente americano eleito, no caso Joe Badin, irá impor retaliações comerciais se continuar com o desmatamento das florestas tropicais no Brasil. A afirmação patética, porque não passa de bravata de chefete de republiqueta de bananas querendo mostra a sua claquete de que aqui no Brasil tem macho, se não é trágico, beira o risível, inclusive, foi referendada pelo ministro das relações exteriores. Mas o que se poderia esperar de um dos maiores incompetentes a ocupar o Itamaraty?

 

Estas falas do presidente da república e a comprovação cabal de que é despreparado para o cargo que ocupa e reforçado pela enormidade de bobagens e grosserias que costuma propalar, que só encontra apreço por uma plêiade de cegos. Não se trata de se ter uma posição política contrária ao ocupante do Planalto. Até porque projeto político até agora não se viu sair da boca do presidente. É a constatação de fato produzido e amplamente divulgado por Bolsonaro. Concordar com as palavras dita na solenidade de ontem, atentam contra o que há de mais civilizado que a humanidade construiu as duras penas em todo o seu processo histórico. Um amontoado de preconceito, mentiras, falta de empatia e bravatas.

 

Defender o que disse o presidente da república no dia de ontem em uma solenidade pública, somente os extremistas de direita que babam e aplaudem. Qualquer pessoa com um mínimo de traço de civilidade tem que repudiar e exigir retratação do seu discurso. Ainda nesta toada de contrariedade das bobagens ditas, é preciso que os poderes constituídos ponham um freio nestas condutas do presidente da república. Não é pedir sua cabeça. Isto é para os golpistas. Mas fazer valer a lei e chamar a responsabilidade as palavras e atos do presidente. Instrumentos legais não faltam. Repito. Não é para tirá-lo do governo, isto se faz nas urnas. Mas utilizar os mecanismos legais para tentar coibir que continue com as bazófias quase que diárias que depõe contra a institucionalidade e os valores da democracia.

 

Os crimes de responsabilidade cometidas pela presidência da república já somam muitos. Nenhuma autoridade se arvorou a promover ações concretas contra estas atitudes. Por que não tomam medidas, não sei os motivos. E gostaria muito de saber.

 

Para encerrar, até a data de hoje não parabenizou a eleição de Joe Baden. Está acompanhado de grandes líderes, como o ditador da Coreia do Norte. Mas tem explicação: o Bolsonaro não era aliado dos EUA, mas de seu mais novo amigo de infância Donald Trump. O maior imbecil que passou na Casa Branca.

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