Nova vergonha

Foto: Divulgação

Aconteceu comigo na semana passada, e pode ter acontecido, em algum momento dessa pandemia, com você também. Fui ao açougue comprar algumas coisas, e esqueci a máscara no carro. Entrei, e todos ficaram me olhando. Não entendi. O agente de segurança que trabalhava no local, veio me pedir que colocasse a máscara, e como ele estava usando uma, não entendi também o que era dito e ele precisou repetir três vezes. Quando cai em mim, senti uma vergonha enorme e fui até o carro buscar a máscara.

É uma situação boba e que pode acontecer com qualquer um, mas pode nos levar a algumas reflexões mais profundas. A primeira é que as pessoas, como nunca visto antes, passaram, de fato, a seguir uma orientação (ou obrigação) dada a todos. Nos locais de atendimento ao público, e até nas ruas da cidade, é muito raro ver alguém sem máscara. Se formos colocar em termos percentuais, acredito que mais de 95% das pessoas. Nem a lei seca, com todo o seu rigor nas fiscalizações, é tão respeitada pelas pessoas. Os números multas, apreensões de veículos, e até detenções de condutores, a cada blitz de fiscalização, mostram isso.

Uma outra reflexão é de que o cuidado com a própria saúde e com a de outras pessoas, que também não tem precedentes (não na intensidade dos dias atuais), precisa ser levado como legado pós-pandêmico. Gostaria muito de ver todo esse cuidado, a ponto do fato de não cuidar de si e do outro, se tornar motivo de vergonha. Seria sonhar demais? Se a pandemia deixar, realmente, algum legado, esses precisam estar no topo da lista.


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