Dólar contraria cenário externo e cai para R$ 3,73

A Bolsa brasileira também recuou e soma cinco semanas consecutivas de perdas

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O dólar recuou mais de 2% ante o real nesta sexta-feira e voltou ao patamar de R$ 3,70 em que se manteve durante a maior parte da semana. O movimento foi o oposto ao registrado pela moeda americana no exterior. A Bolsa brasileira também recuou e soma cinco semanas consecutivas de perdas.

A queda do dólar, que encerrou o dia cotado a R$ 3,73 (-2,15%), é explicada pela continuidade da intervenção do BC (Banco Central) no mercado de câmbio. Na semana, a alta foi de modestos 0,56% apesar da forte oscilação registrada durante os pregões.

Na quinta, após a disparada do dólar para acima dos R$ 3,80, o BC anunciou que poderia oferecer na próxima semana mais US$ 10 bilhões em contratos de swap cambial, que equivalem à venda de dólares no mercado futuro. 

O valor corresponde à metade dos US$ 20 bilhões extras colocados nesta semana para conter a volatilidade. No cenário externo, a guerra comercial entre Estados Unidos e China deixou investidores mais conservadores nesta sexta-feira. Foi o terceiro dia consecutivo de notícias com capacidade de impulsionar o dólar, mas que acabaram neutralizadas no mercado doméstico.

Nas sessões anteriores, a alta de juros nos Estados Unidos e o fim do programa de venda de títulos do Banco Central Europeu, que injetava dinheiro no mercado, também ajudaram a valorizar o dólar ante as principais divisas. Quando os juros americanos sobem, investidores tendem a sair de mercados mais arriscados em busca de títulos da dívida dos Estados Unidos, elevando a cotação do dólar.

"Podemos dizer que o Banco Central foi bem-sucedido", comentou o operador da corretora H.Commcor, Cleber Alessie Machado sobre a relativa estabilidade do câmbio no fim da semana. Alvaro Bandeira, economista-chefe da Modalmais, disse, em relatório, que a próxima semana "promete ser novamente de estresse, com os agentes testando o Banco Central em sua capacidade de reduzir volatilidade no câmbio".

O Ibovespa fechou o dia em baixa de 0,93%, a 70.757 pontos. No pior momento, chegou a ficar abaixo dos 70 mil pontos, o que não ocorria desde agosto do ano passado.  Na semana, o prejuízo foi de 3%. Os principais índices americanos e europeus também tiveram um dia negativo.  Para analistas, não há sinais de recuperação do mercado doméstico nas próximas semanas. As notícias do campo econômico seguem negativas e tampouco há a expectativa de mudança no cenário eleitoral no curto prazo. Com informações da Folhapress.Investidores temem a vitória de um candidato pouco comprometido com o equilíbrio das contas públicas.A Bolsa foi para o vermelho quando o Banco Central frustrou as expectativas do mercado e decidiu manter a taxa básica de juros da economia em 6,50% ao ano. Investidores esperavam um novo corte, para 6,25%. O quadro se agravou com a paralisação dos caminhoneiros e as consequências dela sobre as previsões econômicas.Na próxima semana, o Copom (Comitê de Política Monetária) se reúne novamente para deliberar sobre a Selic. A expectativa é pela manutenção da taxa no patamar atual. Antes da primeira intervenção no BC no câmbio, investidores chegaram a especular com uma alta nos juros para conter o dólar.O presidente do BC, Ilan Goldfajn, afirmou, contudo, que não considerava aumentar a taxa para conter o dólar. O mercado de juros também segue com bastante volatilidade, reflexo da piora na economia. A sexta-feira, no entanto, foi dia de realização de lucros, e os contratos mais líquidos negociados na B3 registraram queda.

FONTE: Notícias ao Minuto

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